Em artigo, presidente da CNC aborda a produtividade e a economia nacional

Em artigo, presidente da CNC aborda a produtividade e a economia nacional
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- Antonio Oliveira Santos, presidente da CNC

 O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, assina artigo no Jornal do Commercio (RJ) desta segunda-feira, 17 de novembro, intitulado “A produtividade e a economia nacional”. Ele explica que a produtividade que mais frequentemente é objeto de mensuração e que se presta a comparações internacionais é a produtividade do fator trabalho.

“A partir da base de dados construída pelo The Conference Board, entidade com sede em Nova Iorque voltada para os temas empresariais, chega-se à conclusão que a produtividade do trabalho no Brasil corresponde a menos da quinta parte da produtividade observada nos Estados Unidos, cerca de um quarto da produtividade medida na Alemanha e menos de um terço da verificada na Coréia do Sul,” afirma o presidente da CNC.

Oliveira Santos ressalta que a chamada “Eficiência da Economia” pode ser medida também pela produtividade total, já que a produção de um bem e a prestação de um serviço combinam o fator trabalho e o fator capital. Segundo ele, no período de 1990 até 2013, entre os anos de avanço e os anos de recuo, a soma das taxas revela que, no Brasil, a produtividade total dos fatores encontra-se praticamente estagnada, ou seja, a soma das taxas dos anos de progresso (+23,45%) se anula quando confrontada com a soma das taxas dos anos de regresso (-23,76%). “Elementos externos aos processos de produção, tanto na produção de bens como na oferta de serviços, repercutem negativamente sobre esses dois conceitos de produtividade.”

Oliveira Santos conclui que “o nível de proteção existente, de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), dificulta a participação do País nas cadeias produtivas globais, visto que numa amostra de 40 países só tem integração na economia mundial acima da Argentina e da África do Sul.”

Leia, abaixo, o artigo na íntegra

A produtividade e a economia nacional

A noção de produtividade deriva de uma relação entre a quantidade de fatores empregados e o resultado obtido na produção. Daí falar-se em toneladas por hectare como medida da produtividade do solo ou o número de homens-hora necessários para a montagem de um automóvel É uma medida verificada em termos físicos.

A produtividade que mais frequentemente é objeto de mensuração e que se presta a comparações internacionais é a produtividade do fator trabalho. A partir da base de dados construída pelo The Conference Board, entidade com sede em Nova Iorque voltada para os temas empresariais, chega-se à conclusão que a produtividade do trabalho no Brasil corresponde a menos da quinta parte da parte da produtividade observada nos Estados Unidos, cerca de um quarto da produtividade medida na Alemanha e de menos de um terço da verificada na Coréia do Sul.

Ainda com a mesma base de dados, se considerarmos a evolução da produtividade do trabalho de um ano a outro nas “economias emergentes”, é possível concluir que, em 2013, os 0,8% de avanço na produtividade do trabalho no Brasil correspondem à metade do avanço observado na Rússia, a um terço do progresso medido para a Índia e menos de um sexto da melhora ocorrida na China.

Como a produção de um bem ou a prestação de um serviço resulta de um “processo” no qual se combinam fator trabalho e fator capital, outra forma de medir o que poderíamos chamar de Eficiência da Economia seria a de mensurar a produtividade não mais a do trabalho isoladamente e, sim, a produtividade total dos fatores.

A fonte de dados aqui mencionada indica para o período 1990/2013 taxas que medem, ano a ano, os avanços e os recuos na produtividade total dos fatores. Tais flutuações são explicáveis devido às circunstâncias de cada ano. Uma sucessão de greves compromete a produtividade do trabalho, assim como restrições cambiais que dificultam a importação de máquinas ferramentas impactam a produtividade do capital. Como a produtividade total é expressa em moeda, para fins de comparação internacional a flutuação da taxa cambial em relação ao dólar americano também é elemento explicativo dessas flutuações. O fato é que entre os anos de avanço e os anos de recuo, a soma das taxas leva a concluir que, no Brasil, a produtividade total dos fatores encontra-se praticamente estagnada, ou seja, a soma das taxas dos anos de progresso (+23,45%), se anula quando cotejada com a soma das taxas dos anos de regresso (-23,76%).

O certo é que em termos de comparações internacionais, estas são desfavoráveis ao nosso país quer quanto à produtividade do trabalho, quer em relação à produtividade total dos fatores. Elementos externos aos processos de produção, tanto na produção de bens como na oferta de serviços, repercutem negativamente sobre esses dois conceitos de produtividade. Sabidamente, as infraestruturas econômicas, por insuficientes e deficientes, reduzem à jusante a produtividade obtida em nível da exploração agrícola e da produção industrial. A norma não escrita de conteúdo nacional para máquinas e equipamentos também representa uma “externalidade negativa” sobre a produtividade dos fatores de produção. E o nível de proteção existente, de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), dificulta a participação do País nas cadeias produtivas globais, visto que numa amostra de 40 países só tem integração na economia mundial acima da Argentina e da África do Sul.

 


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